CRÍTICA: A Fita Branca

Haneke usa uma deslumbrante fotografia em preto e branco para contar a história de uma vila alemã às vésperas da 1ª Guerra Mundial. O longa é estruturado a partir da voz em off de um idoso que narra lembranças de episódios que aconteceram nessa comunidade, na qual era professor.
Em duas horas e meia de projeção vemos um Barão que cria seus filhos sob educação rígida e, para reforçar suas convicções, impõe aos mais velhos o uso de uma fita branca no braço, como punição por uma suposta má ação que fizeram. A fita branca amarrada no braço das crianças deveria lembrar-lhes da pureza e da inocência, mas a gente logo percebe que não vai ser bem assim.
Atos de terrorismo atingem os cidadãos da comunidade, especialmente crianças, e ninguém sabe precisar de onde vieram ou de quem partiu. Todos parecem suspeitos e cúmplices, tudo é dúbio, e a maldade impera – e nem só os adultos são os malvados, as crianças também praticam crueldades.
O clima sombrio cerca o filme e nos faz indagnar repetidas vezes quem é o culpado pelas atrocidades. O final, daqueles que fazem a gente ficar sentado por alguns instantes na cadeira, traz uma indagação: ‘e agora?’
Alguns vão adorar, muitos vão odiar, mas a verdade é que A Fita Branca é o filme em que as imagens falam por si só e o texto apenas se adapta a elas. Tirem suas próprias conclusões e aproveitem, porque o cinema de Haneke é uma experiência única. E mais do que respostas, o longa traz uma pergunta: até onde pode ir o ser humano em suas atitudes assombrosas?
Vale a reflexão e os aplausos para um filme realmente perturbador.
Trailer:
Cenas do filme:






Horários:
Cinema da Fundação (Legendado)
15h30, 19h50 (sextas e quartas)
17h10, 19h50 (sábados, domingos, terças e quintas)
Por Janaina Pereira (Cinemmarte)
Fotos: Divulgação
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