Todos querem ser Frank Sinatra

Martin Scorcese já vem anunciando há algum tempo a sua intenção de filmar a vida de Frank Sinatra. Em se tratando de Scorcese, especulações e expectativas já começam a circular e já há quem diga que o filme é um forte concorrente a levar vários Oscars. O problema reside num único ponto: Para a realização da cinebiografia, diretor, produtores e a família de Sinatra teriam que chegar a um consenso, algo que está longe de acontecer.

O diretor tem predileção por Leonardo di Caprio, com quem vem desenvolvendo uma parceria bastante produtiva e premiada no circuito da sétima arte. Já Tina Sinatra, a filha e detentora dos direitos sobre o espólio do cantor, afirma que George Clooney seria ideal para dar vida ao seu pai, após assistir o desempenho do ator como Danny Ocean, de "Onze Homens e Um Segredo", papel que foi de Frank Sinatra na primeira versão do filme.

Já a Universal Pictures quer Johnny Depp. E os três atores estão dispostos a brigar pelo papel. Com roteiro de Phil Alden Robinson, a cinebiografia de Frank Sinatra começará a ser rodada em 2010. Quer dizer, isso se as três partes chegarem a um consenso, que permitirá a realização de uma justa homenagem àquele que foi uma das maiores vozes da música popular norte-americana.

Alçado à categoria de mito musical, Sinatra teve uma carreira longeva: 60 anos dedicados dedicado ao entretenimento: Além de cantor, sua porção ator também foi bastante proativa. Filho de Natalie Garaventi e Anthony Martin Sinatra, imigrantes italianos, ele é considerado por muitos o astro que definiu a música pop. O seu impacto e legado só é comparado a astros como Elvis Presley, Beatles e Michael Jackson. Lapidado por Bing Crosby, Louis Armstrong e Billie Holiday, seus sucessos no jazz são lembrados até hoje. ( Quem não conhece 'New York, New York' ? ) Ele também caminhou pelo Rock and Roll à sua maneira, gravando Love me Tender, de Elvis Presley; Mrs. Robinson, de Simon & Garfunkel e Something dos Beatles. Ele também cultivou uma parceria memorável com Tom Jobim, gravando Francis Albert Sinatra e Antônio Carlos Jobim com versões em inglês de clássicos da bossa nova como The Girl From Ipanema, How Insensitive, Dindi, Quiet Night of Quiet Stars.

A sua vida pessoal foi marcada pelos vários romances que cultivou, pelos quais ganhou a fama de conquistador, e rendem ótimas passagens, com declarações rasgadas de amor, traições, intrigas e paixão. Nancy Sinatra, Ava Gardner, Lana Turner e Mia Farrow, artistas bem-sucedidas e desejadas da época, são algumas das beldades que foram alvo do coração do cantor. Ele também gostava de estar sempre rodeado de bons amigos. Só para ter uma idéia, O seu grupo tinha até um apelido: Sinatra e seu clã eram conhecidos como o "Rat Pack", que era composto por ninguém menos que Judy Garland, Sid Luft, John Huston, Mike Romanoff, David Niven e Lauren Bacall, Dean Martin, Sammy Davis Jr., Peter Lawford, Joey Bishop, Tony Curtis, os compositores Jimmy Van Heusen e Sammy Cahn e Shirley McLaine que era a mascote.

Suas fãs eram um caso à parte. Cerca de 2.00 cartas por semana eram endereçadas ao crooner de belos olhos azuis e voz aveludada. Elas causavam histeria e depredação onde que quer ele se apresentasse. Foi na década de 40 que ele ganhou o apelido pelo qual seria eternamente conhecido: "The Voice", ou "A voz", em bom português. Nesta época, seu jeito de vestir virou moda, seu salário subiu astronomicamente e conseguiu um feito muito difícil entre astros da música popular: Ele conseguiu ser respeitado tanto pela massa quanto pelos intelectuais. Faleceu em 1998, vítima de um ataque cardíaco. Apreciador da boa vida com festas, mulheres e glamour, o crooner não escondia de ninguém a sua paixão pelo Whisky. Reza a lenda que seu corpo foi enterrado junto com um frasco da bebida, presente de sua filha Tina.

E então? Rende ou não rende um bom filme?

Por Juliano Mendes da Hora

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