[CRÍTICA] O amor acontece

Em tempos de filmes e séries de romances vampirescos, músicas emo e videoclipes sombrios, até as comédias românticas podem entrar no tom soturno, onde imperam ambientes brunos e cores frias.

É o caso de O Amor Acontece (Love Happens), de Brandon Camp (O Mistério da Libélula), ambientado no regélido e brumal inverno do estado norte-americano de Washington, mesmo cenário do best-seller/blockbuster Crepúsculo (que equivaleria, para nós brasileiros, ao frio de Gramado, no Rio Grande do Sul, ou das cidades da serra catarinense). E lançar o filme em meio às águas de outono, que fecham o verão, também foi uma boa sacada da distribuidora, pois ajuda a entrar no clima.

Todo o padrão do gênero da comédia romântica está presente: homem bonito, rico, bem-sucedido cruza o caminho de mulher singela e encantadora, desenganada no amor, para passarem por alguns percalços até o enlace final.

Mas esta não é uma comédia. É um drama romântico. E o mérito deste longa está justamente nisso: abordar um tema triste, a morte de pessoas próximas, de maneira amena. No caso, Burke Ryan, o protagonista (vivido por Aaron Eckhart) lida com o tema todos os dias. Ele é autor de um best-seller de auto-ajuda intitulado Legal (A-Okay, no original), que viaja pelos Estados Unidos realizando workshops para dar apoio moral e psicológico (à la Dr. Phil) a pessoas que perderam entes queridos. Ele próprio perdeu a esposa, 3 anos atrás, em um acidente de carro numa noite chuvosa, motivo que o levou a escrever o livro e a se afastar do relacionamento com as pessoas. Até que Eloise (Jennifer Aniston), a dona de uma pequena floricultura de Seattle, cruza seu caminho no hotel onde Burke está hospedado para seu próximo evento.

Outro ponto importante do filme reside na inversão de papéis sociais. Aqui não é a donzela em perigo que precisa ser salva pelo imaculado príncipe no cavalo branco. Ao contrário da maioria das comédias românticas, aqui é Eloise quem assume o papel da despreocupada e consciente que surge para livrar o complexado Burke de seus problemas pessoais.

Como em outros filmes de Aniston, o longa é ameno e arranca um ou outro sorriso aqui e ali, podendo ser uma boa opção para um final-de-semana com o/a namorada/o. Porém, para quem passou pela experiência de perda ou para quem tem proximidade com crianças na família (filhos, sobrinhos, primos) o filme pode realmente emocionar.

O nome do filme peca pela falta de originalidade. Soa como falta de opção, palavras clichês escolhidas aleatoriamente, como uma novela de Manoel Carlos, que se tem a sensação de já ter ouvido o título antes.

O que não foi fortuito, estocástico, foi o uso de palavras mais complexas neste texto. Quem assistir ao filme irá entender.

Trailer:



Imagens do filme:





Horários
UCI Ribeiro Tacaruna
14h, 16h20, 18h40, 21h; 23h30 (sex, sab)

UCI Ribeiro Recife
12h10 (sab, dom);
14h30, 16h50, 19h10, 21h30; 23h50 (sex, sab)

Box Guararapes
13h50, 16h15, 18h35, 20h55

UCI Kinoplex Plaza
12h25 (sab, dom);
14h40, 16h55, 19h10, 21h25; 23h40 (sex, sab)

Por Marcelo Rafael (CineDude)
Foto: Reprodução
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